Resenha: (Livro) O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares – Ransom Riggs

Leitores, hoje é dia de resenha de livros! E o escolhido dessa vez foi O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, do autor Ransom Riggs. Vamos logo para a parte que interessa porque estou um tanto decepcionado com a leitura…


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Imagem relacionadaNome: O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares (Miss Peregrine’s Home for Peculiars Children)

Autor: Ransom Riggs

Editora: Leya

Edição:

Páginas: 332

Sinopse: Tudo está à espera para ser descoberto em O orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares, um romance inesquecível que mistura ficção e fotografia em uma experiência de leitura emocionante. Nossa história começa com uma horrível tragédia familiar que lança Jacob, um rapaz de 16 anos, em uma jornada até uma ilha remota na costa do País de Gales, onde descobre as ruínas do Orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares. Enquanto Jacob explora os quartos e corredores abandonados, fica claro que as crianças do orfanato são muito mais do que simplesmente peculiares: elas podem ter sido perigosas e confinadas na ilha deserta por um bom motivo… E, de algum modo, por mais impossível que pareça, ainda podem estar vivas. Uma fantasia arrepiante, ilustrada com assombrosas fotografias de época, O orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares vai deliciar jovens, adultos e qualquer um que goste de uma aventura sombria.

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A trilogia das crianças peculiares

Só fiquei sabendo do livro na época que começaram a gravar  o filme. Após assistir ao trailer, me deu vontade de comprar e ler  livro. Bom, esperei o filme lançar e ir assistir, mas acabei não indo assistir e, por preguiça, fiquei atrasado. Comprei, então, o livro! Levei um mês para começar a ler, por falta de vontade. Com pena do dinheiro gasto, decidi ler.

Larguei a leitura no segundo dia, pois de cara já pude perceber que seria uma leitura massante. Tomando coragem e determinação – e com o desejo de fazer uma resenha para vocês -, dois meses depois, peguei o livro e o terminei de ler. Bem, o fiz em cinco dias.

Agora que terminei, não quero nem saber da continuação. Vou deixar para os filmes, porque o livro… só vocês lendo para saber!

Imagine você encontrar um lar onde há várias crianças com habilidades sobrenaturais, como flutuar e atear fogo com as palmas das mãos. É exatamente um lugar desse que Jacob Portman, um garoto de 16 anos, encontra ao sair em busca de provas para poder acreditar de vez nas histórias contadas pelo seu aventureiro avô, Abe Portman.

Quando criança, Jake sempre ouvia e se encantava com as histórias que seu avô lhe contava todos os dias. As histórias eram tão bem contadas, tão cheias de detalhes e segurança que pareciam ser de verdade. Inclusive, as fotografias que o contador de história usava para ilustrar suas falas serviam apenas para tornar tudo cada vez mais real. Devido a isso, avô e neto criaram um forte laço familiar. O problema, porém, era que agora esse garoto já estava crescendo e seu avô, bem, estava “de idade”. Não era certo acreditar mais em “contos de fadas” ou nas histórias de um velho. Jacob, porém, sempre acreditou, ou pelo menos quis acreditar, lá no fundo, que todas aquelas histórias contadas fossem verdade.

Um dia, após estarem no meio da mata procurando explicações para algo esquisito que ocorrera, avô e neto se veem cercado por um animal que ameaçava atacá-los. Como estava de noite, era impossível identificar a criatura. Em um ato de tragédia, o animal ataca o mais velho e o mata na frente do garoto, o qual consegue, com a lanterna na sua frente, ver aquele monstro que não se parecia nem de longe com algum animal antes vistos. Desesperado e triste pelo o que acontecera ao seu avô, ele retorna para casa. Mais tarde, a polícia e os cidadãos alegam que eles foram atacados por cachorros, apesar de Jacob saber que não foi bem isso que aconteceu.

Vale citar ainda que o menino faz tratamento psiquiátrico desde quando era pequeno e, principalmente agora, após o ocorrido e devido a sua crença nas histórias do avô, o médico o recomenda tirar umas férias para poder descansar a mente. O local escolhido por Jacob é uma ilha remota do País de Gales, local onde seu avô costumava frequentar durante a Segunda Guerra. Seus pais concordaram e somente o pai foi com ele.

Lá ele encontra, após alguns dias e acidentalmente, o Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares. Descobre que elas são de décadas passadas e que possuem habilidades sobrenaturais. Ainda, sente-se aliviado por não ser maluco, pois finalmente conseguiu comprovar para is mesmo que as histórias do vovô Portman eram reais. Inclusive, seu avô vivera parte da vida dele com aquelas crianças e parte lutando na Segunda Guerra. Após um tempo de interação, o suficiente para ganhar confiança e ser amigo de todos, surge alguém novo na cidade, um homem estranho para aquela vila. – local onde Jacob e seu pai estavam para descansar. Descobre-se, depois, que ele é um dos inimigos das crianças peculiares.

A partir daí começa a aventura. Há ataques e lutas entre as crianças e esse homem, um acólito, ser que captura / devora as crianças para os etéreos, inimigos número um dos peculiares. É nesse momento que começa o drama.

== OPINIÃO ==

Este é um livro que comecei a ler e parei no dia seguinte. Fiquei cerca de dois meses sem tocar nele. Logo nas primeiras páginas eu já pude perceber que seria uma história fraca e enrolada. Dito e feito! Meus anos como leitor apenas aperfeiçoaram essa minha habilidade indutiva. Como não queria deixar o livro “em branco”, decidi lê-lo e terminar com esse sofrimento. Afinal, se eu quisesse falar mal, eu deveria, no mínimo, saber da história toda.

Vou começar pela narrativa. É em primeira pessoa. Meu preconceito literário já começa a agir por aí… Não sou muito fã de livros assim, então o esforço para continuar a leitura foi maior. Com o passar das páginas, pude perceber duas coisas que foram me desanimando e fazendo a leitura ficar cada vez mais massante: 1) escrita detalhista e 2) o ritmo um tanto infantil.

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Olha, eu gosto de quando há detalhes na história, principalmente quando é uma cena importante ou quando você precisa ter uma noção maior do personagem ou objeto em questão. Agora, eu não quero saber as cores que cada parede tem, se elas combinam com os móveis e se a idade dos objetos ali é antiga ou não. Há momentos no livro onde a descrição de um lugar toma conta de meia página. Isso seria interessante, se o lugar não fosse irrelevante ou um local onde o personagem está somente de passagem.

E quanto ao ritmo, bem, não sei se é essa a palavra certa a se usar. Talvez seja o “estilo literário” ou “fluxo”, não sei. O ponto aqui é que, às vezes, parece que o personagem tem uns 8 anos e você está dentro da cabeça dele. Em meio a um acontecimento, nos pegamos lendo os pensamentos do personagem em relação aquilo – olha aí uma das desvantagens da escrita em primeira pessoa – e ficamos presos a detalhes que fazem pouca diferença para a história. É legal saber o que ele pensa, sim, mas não é nada legal ficar acompanhando o que ele acha que alguém faria se as coisas acontecessem diferente ou se ele seria capaz de conseguir realizar uma façanha porque ele não é do tipo de pessoa que faz tal coisa frequentemente. Vê? É cansativo demais…

Houve ainda um clima rolando ali entre os personagens que, ao meu ver, ficou forçado demais e sem sentido. Para quem leu a história, sabe do que estou falando. A garota do fogo e o personagem principal simplesmente se pegam e, quando menos espero, estão se beijando. Tudo bem que levou um tempinho para isso ocorrer, mas a paixão entre eles e o romance que surgiu ali foi um tanto forçado (Spoiler: a garota era apaixonada pelo avô dele e aí, agora que ele aparece e possui características semelhantes ao seu avô, ela o ama? Fala sério!)

E o pai do Jacob Portman? Que tipo de pai é esse que deixa bem claro que se sente mal por não ter um filho aventureiro como os dos conhecidos dele e ainda permite que o garoto faça trilha e fique horas sem dar sinal numa ilha totalmente desconhecida? Sem falar que demonstra fraqueza nas noites no bar, tomando cerveja e compartilhando o momento com o filho – certo, aqui é uma questão familiar, cada um com a sua. O pai permite que o garoto desapareça e volte todo sujo e com roupas diferentes e acha tudo isso normal, sem nem se preocupar em vigiar o filho para saber por onde o garoto andava. Ah, claro, a prioridade dele era observar as aves e aceitar que o filho tinha problemas mentais.

Tem uma observação que me deixou revoltado, talvez seja a primeira coisa que eu diga quando me perguntarem sobre o livro: a ação, o drama, a aventura só começam mesmo quando faltam cerca de 100 páginas para o livro acabar! E, o mais legal de todos: o livro acaba com aquele típico gancho para o próximo livro, pois são três e, já aviso logo, não faço o mínimo esforço em lê-los. Caramba, eu li o livro esperando alguma coisa fúnebre, algo mais sinistro, uma ação ou momentos de suspensa e cosias do tipo, mas o que recebi foi um banho de água fria.

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Outra observação que faço, e que talvez eu esteja enganado, é a seguinte: quem tirou todas aquelas fotos? Não me lembro de ler isso no livro. As fotos simplesmente aparecem nas mãos do avô, no baú antigo e nos álbuns dos peculiares. Mas quem tirou? Para quê? Como? Não sei! Estou implicando com isso porque é algo meio bobo. Afinal, uma fotografia precisa, pelo menos as polaroides, de uma causa para serem reveladas. Custa dinheiro, tempo… Sem falar nas poses – algumas sem sentido – que as pessoas fotografadas fazem… Aquelas crianças não seriam fotografadas sem motivo – ignorando aqui as fotos espontâneas.

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Ler esse livro é como você estar em uma canoa, sozinho, no meio de um rio e sem remo, sendo guiado e levado suavemente pela força da correnteza. Não há balanço, não há vento. É parado. É você e o rio fluindo. Nada mais. Vez ou outra aparece um animal debaixo d’água, mas ele logo se assusta e vai embora, deixando você sozinho novamente. Quando chega ao seu destino final, descobre que ainda há muita água para rolar e que você pode simplesmente acabar a sua aventura ali.

Para que você não queira me julgar e pensar que eu só falo mal, tenho um ponto positivo em relação ao livro. A literatura criada por Riggs, esse universo onde há crianças peculiares, é algo inovador. Eu até achei interessante em certa parte, pois não vi algo parecido antes. É, portanto, algo original. Infelizmente, pelo menos em relação a esse livro, pois não li os outros, achei que foi muito pouco explorado. Há tanta coisa interessante ali que poderia render boas histórias, mas que ficaram de lado, que é decepcionante. O lance das fendas temporais e das viagens temporais, por exemplo, acredito que poderiam ser mais bem aproveitadas. Será que nos livros seguinte teremos meu desejo realizado? rs

Para todos os fins, quero deixar bem claro que, a partir de agora, irei somente acompanhar a história pelos filmes. Ainda não assisti à adaptação cinematográfica desse livro, mas irei fazê-lo. E tenho certeza que vão começar a filmar o segundo e o terceiro em breve!

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P.S.: Enquanto lia, tive a sensação de estar lendo uma mistura de Jogos Vorazes com Percy Jackson, no quesito estilo e história, respectivamente.

AVALIAÇÃO: 6/10


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